POTENCIAÇÃO
O conceito de “exoesqueleto mecânico” pode ser aplicado a várias áreas da atividade humana, e a Medicina não é exceção. Aparelhos com a capacidade de potenciar a mobilidade foram inicialmente desenvolvidos em projetos militares nos anos 60 mas estão já hoje disponíveis para indivíduos com locomoção reduzida – como é o caso dos dependentes de cadeiras de rodas.
No famoso site de conferências TED foi-nos apresentado um projeto, o eLEGS, agora Ekso®, mas muitos outros existem e podem ser encontrados no Youtube. O seu funcionamento é aparentemente simples e permite até ao indivíduo paraplégico andar: são estruturas biónicas ajustáveis aos membros do utilizador que lhes conferem a força necessária para o movimento. O utilizador, por seu lado, fornece o equilíbrio e o posicionamento corporal indispensáveis à marcha.
O sistema BrainGate® é outro exemplo. Através de um eléctrodo implantado no córtex motor é possível analisar a atividade neuronal correspondente à ordem cortical para um dado movimento. Esta informação é depois transferida para um determinado efetor como um braço mecânico. Alguns exemplos foram explorados pelo programa 60 Minutes.
Estes milagres modernos podem tornar-se o futuro da prostética. São a alternativa moderna de “levanta-te, toma a tua enxerga e anda” (Jo 5:8).
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PERSONALIZAÇÃO
Sabias que podes encomendar a sequenciação do teu genoma online? Ou até oferece-la como presente a um amigo? Uma das companhias que oferece este serviço é a 23 and Me (referência aos 23 pares de cromossomas, claro) – financiada, curiosamente, pela Google.
O procedimento é simples e explicado em 23andme.com: compras um kit de armazenamento de saliva que é enviado por correio; depois envias a amostra novamente para o laboratório; em algumas semanas receberás novidades… sobre ti próprio. Pela módica quantia de 99 US$ (74€) terás a chave do teu genoma disponível durante um ano e ainda acesso a informação de possíveis fatores de risco genéticos. A base de dados de fatores de risco está em constante atualização, de acordo com as mais recentes evidências científicas.
A informação prestada pela companhia é variadíssima. Por um lado poderás vir a encontrar familiares (indivíduos geneticamente relacionados contigo) em qualquer local do mundo. Por outro, terás a resposta a várias perguntas sobre a tua saúde: qual o teu risco (potencial) de vir a desenvolver Alzheimer? E diabetes? És portador(a) da mutação do BRCA1? Os genes explicam porque é que gostas tanto de chocolate?
Mas a verdadeira questão, a bem ver, é outra: gostarias mesmo de saber a resposta a estas perguntas? A Pandora já se arrependeu por muito menos.
