Já ouviste falar do Education Against Tobacco?

A verdade é que, para já, talvez não saibas de que se trata, mas este projeto irá seguramente dar que falar nos próximos tempos – ou, pelo menos, assim esperam os alunos do 2º, 3º e 4º ano da NMS|FCM que o integram.

Os elementos do EAT da NMS|FCM. Da esquerda para a direita, Maria Inês Roxo (4º ano), Paulo Gomes (3º ano), Dimey Roque (2º ano), Cláudia Oliveira (4º ano), Inês Gaspar (2º ano) e Beatriz Folgado (2º ano).
Os elementos do EAT da NMS|FCM. Da esquerda para a direita, Maria Inês Roxo (4º ano), Paulo Gomes (3º ano), Dimey Roque (2º ano), Cláudia Oliveira (4º ano), Inês Gaspar (2º ano) e Beatriz Folgado (2º ano).

Cláudia Oliveira (a supervisora do projeto na NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas), Beatriz Folgado, Dimey Roque, Inês Gaspar, Maria Inês Roxo e Paulo Gomes juntaram-se com um objetivo: o de combater o tabagismo, dando continuidade a um projeto que assume um papel de relevo crescente a nível internacional.

O EAT (sigla para Education Against Tobacco) nasceu na Alemanha, em 2012, pela mão de um aluno de Medicina: Titus J. Brinker. Desde então, muitos alunos de Medicina têm decidido contribuir para este projeto, orientados por médicos de inúmeras especialidades. A fim de prevenir o consumo tabágico, os grupos do EAT organizam sessões de esclarecimento e aconselhamento em ambiente escolar, direcionando as suas intervenções para jovens com idades que podem ir desde os 11 aos 18 anos (variando ligeiramente de país para país, consoante os padrões de consumo de tabaco).

O que impulsiona os elementos do EAT a agir? O facto de o tabagismo ser, segundo a OMS, nada mais nada menos do que a principal causa evitável de morte prematura nos países desenvolvidos. E justificar-se-á uma atuação tão precoce? A resposta é um sonoro “sim”. A grande maioria dos fumadores inicia o consumo durante a adolescência, sendo o risco de dependência tanto maior quanto mais cedo começarem1,2 – por isso, há que atuar o mais precocemente possível. Nas escolas alemãs onde o EAT interveio, os resultados parecem promissores: após as intervenções entre estes jovens, houve um aumento significativo da probabilidade de parar de fumar e uma diminuição da probabilidade de começar.3

É com base em todos estes preceitos, e motivados pelo impacto que esperam ter na promoção da saúde e na prevenção da doença, que os estudantes envolvidos no EAT se empenham neste projeto. Graças a todos eles, este tem vindo a crescer de forma exponencial – ao longo dos seus breves (mas recheados) 5 anos de existência, o EAT chegou já a 14 países e a mais de 70 Faculdades de Medicina. Atualmente, conta ainda com o apoio da Harvard Medical School e do Brigham and Women’s Hospital.

Mas a expansão não fica por aqui. O EAT chegou este ano a Portugal, sendo o grupo da NMS|FCM o primeiro a ser formado a nível nacional. Para chegar ao nosso país, o projeto teve de atravessar todo o Oceano Atlântico, uma vez que foi através da rede EAT-Brasil que os alunos da faculdade tiveram conhecimento do mesmo, tendo este vindo a ser desenvolvido de acordo com as orientações dadas por aqueles com quem partilhamos a língua-mãe.

Por esta altura, estarás com certeza a debater-te com uma questão essencial: como posso colaborar? Qualquer um pode ajudar através da divulgação do projeto e da partilha de sugestões. Pequenos gestos como estes podem constituir valiosíssimas contribuições para que o EAT possa influenciar positivamente cada vez mais jovens, de forma cada vez mais eficaz e dinâmica. Além disso, se estiveres interessado em fazer parte do projeto, fica atento pois o EAT está a alargar a equipa de colaboradores.

Nada como finalizar com boas notícias: o EAT chega não só às escolas, mas também a qualquer smartphone. As aplicações Smokerface e Smokerstop, inicialmente desenvolvidas especificamente para as intervenções do EAT, acabaram por ser disponibilizadas gratuitamente, quer para iOS quer para Android. Enquanto a primeira simula os efeitos do tabaco no rosto, a segunda dá conselhos práticos (e motivação) a todos aqueles que queiram extinguir, de vez, a chama do tabaco. Estão ambas à distância de apenas alguns cliques.

Posters da versão pré-teste da aplicação Smokerface (A) Versão feminina (B) Versão masculina
Poster da versão pré-teste da aplicação Smokerface; (A) Versão feminina; (B) Versão masculina.

É inegável: os estudantes que fazem parte do grupo do EAT da NMS|FCM têm vindo a empenhar todos os seus esforços, tempo livre e entusiasmo no crescimento deste projeto pioneiro em Portugal. Potencial não lhe falta – conseguirá este grupo ser bem-sucedido e marcar a diferença nesta causa tão nobre que é o combate ao tabagismo?

O desfecho também depende de ti. Se quiseres saber mais sobre o projeto Education Against Tobacco, não deixes de consultar o link educationtobacco.org e seguir a página do Facebook da equipa EAT da NMS|FCM

 

Referências Bibliográficas

Macedo, M. & Precioso, J. Evolução da epidemia tabágica em adolescentes portugueses escolarizados e vias para o seu controlo – Uma análise baseada nos dados do Health Behaviour in School – Aged Children (HBSC). Rev. Port. Pneumol. XII, 525–538 (2006).

2 Matos, M. G., Gaspar, T., Vitória, P. & Clemente, M. P. Comportamentos e atitudes sobre o tabaco em adolescentes portugueses fumadores. Psicol. Saúde Doenças 4, 205–219 (2003).

3 Brinker, T. J., Stamm-Balderjahn, S., Seeger, W., & Groneberg, D. A. Education Against Tobacco (EAT): a quasi-experimental prospective evaluation of a programme for preventing smoking in secondary schools delivered by medical students: a study protocol. BMJ Open, 4(7), e004909–e004909. (2014).

 

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