Se 2014 tinha tido um arranque turbulento, o acordar em 2015 foi um ribombar de um trovão antes de uma tempestade. No dia 30 de Janeiro de 2015, no Boletim do Trabalho e Emprego, o Projecto de Decreto-Lei tem a sua “apresentação formal”, com algumas alterações ao que tinha sido proposto nos documentos anteriores. Em primeiro lugar, há que considerar o “regresso” ao intervalo de três anos entre as publicações e o início das medidas propostas; em segundo, a nota mínima é, aparentemente, relegada para segundo plano, esperando por definição numa portaria futura; mais ainda, a partir do primeiro ano de formação é reconhecida autonomia ao médico – restava ainda saber que tipo de formação será esta, quando o Ano Comum tem apenas mais 3 anos de vida. Também o peso da classificação final foi reduzido para 20%, sendo que as classificações finais dos alunos deverão ser equiparadas entre as várias escolas médicas. Esta nova regra de “cálculo” para ingresso no Internato só entrará em vigor com o início da nova prova – ou seja, daqui a três anos.
Num compasso de espera difícil, na ansiedade de quem vê o seu futuro cada vez mais baço e indistinto, os estudantes de Medicina reuniram várias vezes entre Janeiro e Abril, na tentativa de elaborar contrapropostas eficientes e coerentes, tendo em conta os objectivos da formação médica, perante a possível publicação de um Decreto-Lei que viesse, mais uma vez, tirar-lhes o chão de debaixo dos pés.
Até que esse dia chegou.