Num mundo acelerado e preguiçoso como o nosso, qualquer coisa que ofereça comodidade e conveniência a baixo custo (inclui preço, tempo e pouco trabalho), tem futuro garantido, e é por ir de encontro a estas «necessidades» que o negócio da fast food se tem conseguido enraizar na sociedade actual.
O conceito de fast food (comida que pode ser preparada e servida num intervalo curto de tempo) existe desde a antiguidade, e surgiu primeiramente aliado aos alimentos servidos na rua, por vendedores ambulantes. Actualmente, tal conceito é ligeiramente mascarado pelo verdadeiro incentivo para o seu consumo. Não é por ser rápido, mas por ser aliciante, uma vez que não faltam alternativas igualmente rápidas e que oferecem menor malefício.
Nos últimos anos, este «negócio» cresceu consideravelmente tanto nos países desenvolvidos, como nos países em desenvolvimento e com a proliferação deste tipo de restaurantes, surgiu também a preocupação, entre os especialistas em saúde, da possibilidade de aumentar a incidência de diversas patologias como diabetes, dislipidémias, síndrome metabólica e doenças coronárias.
Nas publicações científicas, bem como nas públicas, tem sido evidenciada a relação entre a ingestão de fast food com os impactos menos bons e menos desejáveis que se observam hoje em dia na saúde, o que faz sentido se se analisar os constituintes destes alimentos. O valor nutricional dos alimentos é sacrificado em detrimento da conveniência, tanto para o cliente (que quer satisfazer a sua necessidade) como para o vendedor (que quer, da mesma forma, satisfazer a sua ambição). As quantidades exageradas de açúcar, gorduras saturadas e sal que são adicionadas para colmatar a perda dos sabores perdidos durante o processamento dos ingredientes constituem os principais focos explicativos das desvantagens da realização de tal dieta.
Os ácidos gordos saturados aumentam diretamente os níveis de colesterol total, e assim contribuem para o aumento da formação de trombos nas artérias e aumento do risco de doença cardíaca coronária. No entanto, estes não constituem uma causa única, sendo que o aumento do consumo de fast food pode ser simplesmente um marcador importante de um estilo de vida associado a uma dieta pobre.
O açúcar, para além do seu contributo para a obesidade, contribui também para o declínio da saúde dentária, enquanto que o sal é maioritariamente responsável pelo aumento da pressão arterial com todas as consequências que daí advém.
Segundo um estudo realizado no Canadá, uma refeição num destes restaurantes pode conter até 150% do valor diário recomendado [pullquote align=”right”] « O organismo humano não é um centro de reciclagem … » [/pullquote] de sal, até 60% das calorias recomendadas por dia (não esquecendo que as necessidades têm uma variação interindividual marcada), até 60% do valor diário recomendado de colesterol e até 90% do valor diário recomendado de gorduras (sendo que as saturadas são quase sempre referidas como o mínimo possível).