Certas doenças são tão bizarras e raras que muitos médicos não têm a possibilidade de as diagnosticar nas suas consultas. Queres saber quais são? A FRONTAL foi investigar o mundo da Medicina Bizarra e encontrou as doenças mais excêntricas de sempre: A Medicina Bizarra – Parte I. Nesta segunda parte, poderás explorar doenças como a progeria, o síndrome do sotaque estrangeiro e o síndrome de Cotard.
Progeria
Enquanto que os cientistas e investigadores procuram o segredo da longevidade, a resposta pode ser encontrada na cura de uma doença rara, caracterizada pela idade prematura e morte infantil: a síndrome Hutchinson-Gilford, também conhecida por progeria.
As crianças que nascem com esta condição parecem bebés perfeitamente saudáveis no primeiro ano de vida. Contudo, quando atingem os dois anos de vida, a maioria delas começam a revelar sinais de idade avançada – não só apresentam uma aparência muito parecida aos idosos, com queda de cabelo e rostos enrugados, como também começam a sofrer de doenças relacionadas com a idade: aterosclerose das artérias, perda de gordura corporal, manchas na pele e dores articulares.
As crianças portadoras desta doença partilham com os idosos as mesmas taxas de doenças cardiovasculares e risco de acidente vascular cerebral, tendo uma esperança média de vida de apenas 13 anos.
A causa da síndrome Hutchinson-Gilford é um defeito genético numa certa proteína (Lâmina A), responsável pela integridade estrutural do núcleo celular. Progeria foi descrita pela primeira vez em 1886 na Inglaterra. Os cientistas acreditam que a investigação nesta área poderá contribuir para uma compreensão mais detalhada do processo de envelhecimento.
Para mais informações: http://www.progeriaresearch.org/
Síndrome do sotaque estrangeiro – SSE
Após a sobrevivência a um acidente vascular cerebral ou a um evento que resulta em lesão cerebral traumática, um número muito reduzido de pessoas adquire um forte sotaque estrangeiro. Apesar de parecer uma história inventada, a síndrome do sotaque estrangeiro é um facto real.
A SSE é causada por danos cerebrais que afetam a fala e a coordenação dos músculos usados neste processo. A lesão tanto altera a forma como a pessoa pronuncia os vogais e as consoantes, como muda o ritmo da fala e posiciona a língua de forma diferente durante o discurso. A síndrome não torna a pessoa bilíngue, apenas afecta o discurso de tal forma que possa parecer de um outro país ou de uma região diferente do próprio país. O discurso de uma pessoa com SSE pode apresentar traços de vários sotaques diferentes e os ouvintes podem escolher o sotaque com que estão mais familiarizados. Apesar de não existir uma cura conhecida, a terapia da fala produz algumas melhorias.
http://www.youtube.com/watch?v=2RujUiV08jY
Síndrome de Cotard
A Síndrome de Cotard é um distúrbio psicológico raro, que leva a pessoa acreditar ser verdadeiramente uma criatura “zombie”- sem alma, morta por dentro – num mundo que não existe. Independentemente dos resultados que os exames físicos possam revelar, o doente insiste continuamente que o seu interior já não se encontra vivo.
A doença foi observada pela primeira vez em 1880, e as suas caraterísticas não têm mudado desde então. Doentes que sofrem de depressão clínica extrema apresentam mais propensão para a Síndrome de Cotard. Curiosamente, esta ilusão não afeta nem a forma como as pessoas falam ou interagem, nem o seu funcionamento cognitivo. Os pacientes conseguem dirigir-se autonomamente à consulta médica, apesar da sua queixa principal: a ausência dos braços, os membros inferiores parecem músculos sem vida, o coração parou de bater há muito tempo e o próprio universo é apenas uma miragem. As alucinações auditivas também podem estar presentes, assim como outros sinais de esquizofrenia. Os antidepressivos, os antipsicóticos e a terapia de electrochoque utilizados independentemente, ou em combinação, podem muitas vezes reduzir ou eliminar os sintomas.