Datado do século XIX, o conceito de quiosque voltou à vida intensificando a joie de vivre lisboeta. Com ofertas distintas, como jornais, revistas, petiscos, produtos regionais ou refrescos, os quiosques satisfazem os gostos mais exigentes.
Estes pontos de venda e convívio foram recuperados pela Câmara Municipal nos anos 80 e, recentemente, Catarina Portas surge com um notável projecto de reabilitação destas antigas e típicas estruturas de forma a promover a cultura social de Lisboa. Começa assim a disseminação do conceito pelas zonas mais nobres da cidade.
O quotidiano está actualmente enriquecido por um considerável número de quiosques, dos quais referirei apenas alguns, ignorando certamente um ou outro no qual não tive ainda o privilégio de tropeçar. São quiosques de refresco o quiosque do Largo Camões, do Príncipe Real e da Praça das Flores. Nestes encontramos, entre os refrescos, a limonada, o mazagrã ou o chá gelado, os quais podem ser acompanhados com produtos portugueses, como as queijadas de Sintra. Faço referência, também, à iniciativa louvável de utilizar material biodegradável.
No Arco Cego e na Alameda somos abraçados pela ambiência académica do IST ou por transeuntes que desfrutam, na esplanada, do fim de tarde alaranjado. No Jardim Constantino e em Campo de Ourique, saboreia-se as sombras e a tranquilidade. No Jardim da Estrela o ambiente é jovem e o burburinho agradável
A luxuosa Avenida da Liberdade é salpicada por vários quiosques. A Maritaca presenteia-nos com as suas pizas; O Melhor Bolo de Chocolate do Mundo vai para além de Campo de Ourique e viaja até ao centro onde faz as delícias de quem por lá se senta; o Banana Café oferece variedade de sumos, saladas e wraps; o quiosque Hot Dog Lovers traz à capital os famosos cachorros de Cascais; e o quiosque da Time Out tem cocktails, petiscos e informação cultural. Concertos, DJs e música ambiente aquecem as tardes e as noites da Avenida.
No Jardim Botto Machado, no coração da Feira da Ladra, o quiosque Clara Clara é ideal para apreciar a vista sobre o rio ou para descansar depois da procura às pechinchas. O Sea Me, no Cais das Naus, onde o pôr-do-sol é perfeito, juntou o peixe e o pão e criou um hambúrguer de choco e salmão. Imperdível! Também no Martim Moniz há quiosques com um vasto leque de opções, em versão mercado de fusão, com animação diversa. Em Belém a forma muda mas o conceito mantém-se com o eléctrico amarelo, um novo espaço do Banana Café no atrelado nº 173.
Pôr a conversa em dia, beber um copo depois do trabalho, apreciar os sabores regionais, aproveitar os dias do sol é agora um prazer possível em todos os cantos da cidade. Vamos usufrui-los!
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