Assim vale a pena chorar

De acordo com o semanário Sol de Abril do presente ano, um grupo de cientistas da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade Nova de Lisboa, em parceria com a equipa técnica da spin-offNMT (no Madan Parque, Monte da Caparica), coordenados por João Goyri O’Neill, professor catedrático de Anatomia e oftalmologista, e Valentina Vassilenko, professora auxiliar do departamento de Física, promete revolucionar a Medicina como a conhecemos através de um novo método de diagnóstico a partir da análise da lágrima.

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Este estudo trará várias vantagens, em que através da deteção da concentração de substâncias na lágrima poder-se-á evitar o aumento dos efeitos secundários, da dosagem subterapêutica, entre outros.

A glucose, a insulina e os antibióticos são apenas alguns exemplos de medicamentos de aplicação tópica que poderão ser detetados através de uma análise lacrimal diretamente no local, e obtendo a resposta em minutos, otimizando desta forma o acompanhamento terapêutico dos doentes.

Será ainda possível analisar as concentrações dos medicamentos administrados comprovando alterações que possam existir na sua metabolização por variação inter –individual – “Neste estudo, verificámos que metabolitos de medicamentos oftalmológicos que, teoricamente, só deveriam persistir 12 horas, podem persistir 16 ou 20. Nesses doentes há um aumento da ação do medicamento face ao que seria previsível. Isto não tem a ver com o medicamento, tem a ver com o doente” – afirma o Professor O’Neill.

Atualmente, a investigação ainda decorre in vitro através de lágrimas artificiais, tendo sido identificados até ao momento 15 compostos farmacológicos nas lágrimas analisadas. Uma vez que se trata de um método inócuo, sem uso de reagentes químicos e pouco dispendioso, por não necessitar de gastos de transporte de amostras, resta agora realizar um protocolo clínico que permita a utilização dos benefícios desta descoberta em consultório ou em meio hospitalar.

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Os frutos desta investigação inovadora e profícua prometem estar para breve: “Prevemos que, com recursos adequados, daqui a um ano, ano e meio no máximo, teremos já resultados expressivos e equipamentos que podem ser usados na população”, afirma o Professor O’Neill.

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