Para o ser humano, entender um século como um limite de vida deixou de ser um dado adquirido à nascença. Atualmente, a investigação relacionada com o aumento da esperança de vida e com os fatores condicionantes é uma constante. Se a humanidade já deu provas de vencer na vida, especialmente na ciência, poderá quebrar vitoriosamente a meta da morte?
O povo Japonês é um dos mais abençoados com a sua longevidade. A OMS refere, no entanto, que o segredo dessa longevidade não é somente devido à qualidade e equilíbrio da sua alimentação, mas também deriva das medidas de saúde pública, cultura e educação.
Um artigo recentemente publicado na Nathional Geographic prova que os nossos genes são verdadeiras fontes de vida, escondendo segredos excecionais para a longevidade que vão sendo agora desvendados.
Diversas populações mundiais são agraciadas com o poder de poderem ultrapassar em larga escala a esperança média de vida, como os Equatorianos, os Judeus Ashkenazi e os Nipo-americanos.
Dos Equatorianos destacam-se os que possuem Síndrome de Laron, uma doença autossómica recessiva caracterizada por uma insensibilidade à hormona GH (Hormona de crescimento), que possui o inconveniente de dificultar o crescimento dos seus herdeiros. Porém, foi comprovado que esta mutação será responsável por um extraordinário efeito protetor da Diabetes e do desenvolvimento de Cancro. Andrzej Bartke desenvolveu experiências com roedores que revelaram que os animais que possuíam este tipo de mutação viviam mais tempo (40%) do que os que não a possuíam.
Os Judeus Ashkenazi apresentam mutações nos genes codificantes para Apo C3 (Apolipoproteína C3) e PECT (proteína de transferência de ésteres de colesterol), estando estes associados à diminuição do risco de Alzheimer e de hipertensão arterial na sua população idosa.
Por sua vez os Nipo-americanos, ao apresentarem uma mutação no gene FOXO3a, apresentam uma diminuição da ocorrência de carcinomas e de doenças cardiovasculares, de acordo com investigações da Universidade do Hawai.
Outras moléculas poderão estar também envolvidas na longevidade humana, nomeadamente a HDL (lipoproteína de elevada densidade), que existe em abundância nestes indivíduos, e que é transmitida também para os seus filhos. Nas mitocôndrias poderá residir similarmente o segredo da longa existência, identificado pelo investigador Nir Barzilai. As mitocôndrias dos indivíduos centenários analisados possuem proteínas, designadas mitoquinas, que quando administradas a roedores diabéticos permitem normalizar o seu nível de glicémia em poucas horas. O investigador afirma ainda que “há possivelmente influencias no útero que afetam os mecanismos genéticos e que determinam o ritmo de envelhecimento.”
Em março do presente ano, uma equipa de investigadores do Centro de Neurociência e Biologia Celular da Universidade de Coimbra demonstrou que o composto resveratrol, presente no vinho tinto, tem propriedades de anti-envelhecimento, sendo a chave deste processo a enzima SIRT1, que é ativada pelo resveratrol, e que se mostrou eficaz ao prolongar o tempo de vida de leveduras, vermes e moscas da fruta. Poderá ser este o novo elixir da vida?
Serão os nossos genes os grandes responsáveis pelo adiamento da morte?
Até quando poderemos vencer a morte, tendo a medicina moderna como aliada ao nosso património genético?
Para aqueles que querem viver para sempre, estes são alguns dos mistérios para os quais se espera obter brevemente resposta.