“Cuidar”, do latim cogito, -are, pensar, meditar, refletir, imaginar, ter cuidado em, tratar de.
Estamos impelidos a cuidar uns dos outros, hoje e sempre, mas esta afirmação nunca fez tanto sentido como na atual situação que vivemos.
Vivemos desafios cada vez maiores, mas nada se compara ao desafio dos próximos dias e meses. Vivemos, em Portugal, na Europa, no Mundo, a necessidade de cuidarmos uns dos outros com mais veemência. Somos todos agentes de mudança, se essa mudança começar em cada um de nós.
Ninguém suspeitou e ninguém esperava que estivéssemos a viver hoje aquilo que conseguimos constatar. Entre escolas, estabelecimentos de diversão noturna e Faculdades encerradas, surge-nos a questão: Mas será que conseguimos lidar com a situação? Não há resposta, só suposições e incertezas. Todavia, há uma certeza, a de que mudança começa quando cada um de nós entender que é, ele próprio, um agente de mudança.
Confuso? Não. Se pensarmos bem, a mudança está nas nossas mãos (literalmente). E de várias formas, quer seja através da lavagem dessas mesmas mãos quer através do cuidado entre os contactos que vamos realizando ao longo do dia.
Quando se tomam medidas como as dos últimos dias, pretendemos que essas medidas culminem em efeitos, efeitos esses que se esperam vantajosos para o controlo da atual situação em que vivemos. Penso nessas medidas como o começo da mudança (ou pelo menos uma tentativa). E porquê uma tentativa? Porque somos nós, todos nós, os responsáveis pelo seu cumprimento. Há quem nunca vá entender as medidas, haverá quem as cumpra e quem as não cumpra, mas de uma coisa estou certo, há a necessidade de ser um agente da mudança e este é um bom começo.
Portugal, vive e viverá nos próximos tempos, uma situação de grande peculiaridade e, arrisco-me a afirmar, sem precedentes nos últimos anos. Enquanto estudantes de Medicina, cabe-nos a nós ter a consciência de que devemos alertar para a mudança. E mudar, não só porque sim, mas mudar porque assim conseguimos proteger-nos a todos e não só a alguns.
“A tua faculdade fechou portas e agora?”. É assim que começa um dos folhetos informativos da Direção Geral de Saúde. Fechou portas para ser essa mudança, para que o risco se diminua, para que as probabilidades se reduzam para que os números não aumentem. Isto é mudar. Mudar para ajudar. Mas “este” mudar não significa que se acredite que o período letivo deixou de o ser e que as regras não existem, existem e servem para ser cumpridas, para que situações como as vividas em outros pontos da Europa não sejam por nós vividas.
A Mudar estaremos a Cuidar. A Cuidar não só de nós próprios, mas também dos Outros, esses Outros que podem saber menos do que nós e que não estão tão atentos aos riscos.
Que saibamos cuidar uns dos outros e os efeitos da mudança surgirão.