Todos sabemos que escovar os dentes é um procedimento essencial para manter uma boa saúde oral, para prevenir o aparecimento de cáries e de patologias periodontais. No entanto, a grande maioria de nós ignora a execução de tal procedimento, ou por falta de tempo, a conhecida preguiça, ou por descuido indiferente. É natural, não fosse a natureza humana reconhecer a importância de tais cuidados apenas quando o mal já está instalado. É altura de dar uma olhadela no nosso sorriso, e protegê-lo da melhor maneira.
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Em Portugal…
O aumento da esperança média de vida, principalmente nos países desenvolvidos, tem vindo a provocar algumas alterações na política de saúde instituída. Hoje em dia, a manutenção da dentição natural, saudável e funcional, é um critério importante na definição de um idoso bem sucedido. Em Portugal, contudo, os dados não são animadores, com uma população de desdentados totais a rondar os 30%. Uma das complicações mais comuns são as doenças periodontais, que podem levar à degeneração das fibras periodontais e até ao desaparecimento ou destruição da queratina gengival, tornando-a mais susceptível a traumas. Segundo vários estudos, a doença periodontal é a primeira causa de morte dentária nos idosos, seguida das cáries dentárias, que neste grupo surge de forma radical. O agravamento destas situações associa-se a uma deficiente higiene oral, cuidados médico-dentários ausentes, falta de controlo de outras patologias sistémicas, e à presença de fatores de risco como o tabaco, stress e determinados fármacos de utilização crónica. Uma explicação para este último caso é o facto de que a administração crónica de alguns fármacos pode conduzir a xerostomia, o que aumenta consideravelmente o risco de desenvolver cáries dentárias.
De acordo com um estudo realizado em Portugal, pelo Observatório Nacional de Saúde (OMD), conclui-se que um dos fatores que mais afeta a saúde oral dos portugueses é a dificuldade de acesso ao médico dentista.
Em Portugal existe o programa nacional de promoção da saúde oral, uma iniciativa do ministério da saúde, incluído no programa nacional de saúde 2002-2016. Este programa abrange vários projetos cujos grupos alvo se dividem em: grávidas, idosos, crianças e jovens, idades intermédias, crianças com idade inferior a 7 anos e portadores de HIV/SIDA, e cujo objetivo final é diminuir a incidência e a prevalência das doenças orais.
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A influência da alimentação
A dieta e a nutrição têm um papel essencial no desenvolvimento e manutenção da integridade de tecidos orais e dentários. Até que ponto pode a alimentação influenciar a saúde oral? Quais os alimentos bons e maus?
Primeiro, há que ter em conta que a integridade anatómica e funcional da boca, dentes, língua, glândulas salivares, músculos, ossos e sistemas vascular e nervoso condicionam a eficiência da dieta e a eficácia da digestão e absorção dos nutrientes. Segundo, os alimentos per si não têm capacidade de causar cáries dentárias, o problema reside da frequência da ingestão de determinados alimentos. Assim, a saliva desempenha um papel importante, através da sua capacidade de neutralizar os ácidos, no processo de remineralização e no desimpedimento da boca dos alimentos ingeridos.Os alimentos cariogénicos são aqueles que contêm açúcar à base de amidos cozidos (ex: batatas), bebidas gaseificadas, alimentos ácidos (ex: laranja, limão), refrigerantes e vinhos, para além das gomas, rebuçados e pastilhas.
No outro prato da balanças, estão os alimentos «bons» ou não cariogénicos, como vegetais, frutas e alimentos ricos em proteínas.
Na doença periodontal, é conhecido o factor protetor conferido pelas vitaminas A, E e C. Estas são importantes na manutenção da gengiva e no sistema imunitário, sendo que a sua deficiência aumenta a permeabilidade da barreira e deste modo não protege da invasão pelas endotoxinas.
As patologias dentárias mais comuns relacionadas com a alimentação são as cáries dentárias e as periodontites, no entanto não se ficam por aqui, o cancro oral adquire particular relevância.
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Implantes dentários
A evolução nesta área tem sido constante, desde os implantes de platina iridiada em 1913 aos pequenos cilindros metálicos utilizados atualmente, estes substitutos dos dentes têm vindo a ganhar importância, permitindo a substituição de um, dois ou toda a dentição. Nos dias de hoje vive-se uma época de investigação fervorosa, coincidente com o aumento do número de adeptos e com a recorrente descoberta e utilização de novos materiais, como o titânio oxidado ou zircónia, de modo a melhorar a qualidade das mesmas. Estes implantes são colocados de forma cada vez menos invasiva, através de intervenções que podem ser realizadas de forma segura sob anestesia local ou com técnicas de sedação consciente, o que minimiza o desconforto para o doente.
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